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O Assunto é Cinema analisa a série What We Do In The Shadows

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O Assunto é Cinema, programa veiculado todas as quintas-feiras, a partir das 22 horas, na Rádio 104,7 Educativa, produzido pelos jornalistas Clayton Sales e Daniel Rockenbach, analisou a série What We Do In The Shadows, disponível no Disney+. A trama acompanha três vampiros que vieram do Leste Europeu para os Estados Unidos conquistar o Novo Mundo. Ao chegar, o grupo se instala em Staten Island, onde conhece o vampiro de energia Colin Robinson, que acaba morando com eles. Com o passar das décadas, o projeto de dominação do novo continente fica de lado, dando lugar a uma série de desventuras no mundo dos mortais.

A série é inspirada no filme neozelandês de mesmo nome, dirigido por Taika Waititi e escrito por ele e Jemaine Clement. O longa chamou a atenção da crítica e do público com um “mockumentário” sobre três vampiros vivendo na mesma casa nos dias atuais, acompanhados por uma equipe de documentaristas. Na série, outro grupo de vampiros divide a mesma casa, agora em Nova York, e é acompanhado por um novo tipo de vampiro: um que suga energia “anímica”.

Nandor, interpretado por Kayvan Novak, se diz o líder do grupo. Laszlo Cravensworth, interpretado por Matt Berry, é casado com Nadja de Antipaxos, interpretada por Natasia Demetriou. O trio de vampiros convive com Colin Robinson, interpretado por Mark Proksch, um vampiro que suga o entusiasmo das pessoas, deixando-as entediadas. Eles contam com o lacaio Guillermo de La Cruz, interpretado por Harvey Guillén, para cuidar das tarefas mundanas.

O humor da série está no talento dos atores principais. A dinâmica nonsense entre os vampiros e a relação deles com o familiar — termo usado por eles para definir o lacaio — é o grande destaque da produção. Ao longo das temporadas, o desenvolvimento dos personagens e suas relações passam a impressão de que estamos acompanhando um reality show exótico. Entre zumbis, lobisomens, bruxas e fantasmas, nenhum elemento sobrenatural deixa de ser ironizado pela série.

Do elenco, o inglês Matt Berry chama atenção pela voz e talento para o nonsense. Seu Laszlo vai do exótico ao infame, sem perder a classe em momento algum. Outro destaque é Mark Proksch como Colin Robinson, um burocrata que vive de sugar a energia vital das pessoas, deixando-as entediadas ou desanimadas — de longe, o personagem que mais chama atenção pela ironia de como pessoas assim, de fato, se parecem com vampiros. Nandor e sua relação ambígua com Guillermo provocam o riso justamente pela química entre Kayvan Novak e Harvey Guillén.

A afetação do vampiro clássico é elevada ao extremo na série e ainda inclui na dinâmica a vampira Nadja, de Natasia Demetriou. Fora o fato de ela ser casada com Laszlo, em nenhum momento eles deixam de se relacionar com outros vampiros ou humanos, dando a entender que o mundo vampírico tem a cabeça mais aberta que o dos mortais. A série, inclusive, abraça em vários momentos o orgulho LGBT como bandeira, e isso é outro aspecto positivo da produção.

A sexta e última temporada já denota certo desgaste dos temas explorados, tanto que o final acaba sendo um dos episódios mais interessantes de toda a produção, justamente por frustrar quem achou que tudo se resolveria no desfecho. Ao invés de simplesmente atender à expectativa dos fãs com um encerramento específico para cada personagem, o falso documentário apenas encerra as gravações enquanto os vampiros discutem o que fazer a seguir. A brincadeira evolui com a indignação de Guillermo, que esperava que o fim trouxesse algum desfecho.

A impressão que fica é que What We Do In The Shadows tinha na subversão das expectativas seu ponto mais forte. A ironia com as referências clássicas e a afetação do mundo vampírico embalam uma série que abraçou temas ousados, sem preconceitos ou medo de provocar o riso. No fim das contas, é uma produção que lembra que os fãs não podem levar tudo tão a sério. A série What We Do In The Shadows está disponível no serviço de streaming Disney+.

Confira o trailer:

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