Teatro

De graça: ‘Escambo’ traz para a Capital peças de todo Brasil

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Espetáculos, oficinas e mesas públicas acontecem em maio no Espaço Cultural Fulano di Tal e na Estação Cultural Teatro do Mundo. Grupos de SP, AM e PA vem à Capital se apresentar.

Espetáculo A Fabulosa História do Guri-Árvore, do grupo Fulano di Tal (André Lorenzoni)

O vento que carregou sonhos e histórias desde o bioma amazônico agora sopra forte no cerrado do Centro-Oeste. Depois de cruzar Belém e Manaus, o projeto “Escambo: Rede Parente” pousa em Campo Grande, onde o grupo Fulano di Tal será o anfitrião, recebendo companhias para apresentações, oficinas e mesas  públicas gratuitas.

A programação acontece todos os sábados e domingos de maio.

Nos dias 3 e 4 de maio estará em cartaz “A Fabulosa História do Guri-Árvore”, do Fulano di Tal (Campo Grande/MS). Na semana seguinte, dias 10 e 11, será a vez de “Com os Bolsos Cheios de Pão”, da Cia Cisco (São Paulo/SP). Nos dias 17 e 18, será apresentado “HUMA/”, de Francisco Rider e Ly Scantbelruy (Manaus/AM). Encerrando o mês, dias 24 e 25, o público poderá conferir “MOMO – Um ato poético para testemunhas”, do Grupo Usina (Belém/PA).

Espetáculo Com os Bolsos Cheios de Pão, da cia Cisco, de São Paulo (Keiny Andrade)

De março a junho o projeto desenha, entre rios e asfaltos, um mapa afetivo do Brasil, promovendo trocas artísticas entre grupos do Norte, Centro-Oeste e Sudeste. Ao todo, 53 ações serão realizadas em Belém, Manaus, Campo Grande e São Paulo.

Escambo: Rede Parente – é uma realização da Cia Cisco (SP), idealizada por Edgar Castro e Donizeti Mazonas, com financiamento da Funarte, via Bolsa Myriam Muniz de Teatro.

A estreia da etapa sul-mato-grossense começa neste sábado (3) com “A Fabulosa História do Guri-Árvore”, peça que traz no cerne o solo fértil da poesia de Manoel de Barros. O espetáculo foi selecionado este ano para a 27ª edição do Palco Giratório, do Sesc.

“O Edgar nos encontrou por meio do Festival América do Sul. Coincidência feliz que virou convite, sonho e, agora, realidade”, lembra Marcelo Leite, diretor do Fulano di Tal. “Ficamos encantados com o projeto desde o início. Circular com o Guri-Árvore pelo Brasil era um desejo antigo — e receber esses grupos incríveis, aqui, é um presente”.

Espetáculo A Fabulosa História do Guri-Árvore, do grupo Fulano di Tal (André Lorenzoni)

Quanto à escolha do espetáculo, Marcelo é direto. “‘O Guri-Árvore’ traz a nossa identidade. Livremente inspirado em Manoel de Barros, mas também homenageando Conceição dos Bugres, Lídia Baís, Wega Nery e Maria da Glória Sá Rosa. Era natural levar as histórias do nosso quintal e nossa essência a outros cantos do País”.

Entre as vozes que chegam está também a do Grupo Usina (Belém/PA), com “MOMO – Um ato poético para testemunhas”. Solo protagonizado por Alberto Silva Neto, traz cartas trocadas entre pai e avô do artista — um misto de ancestralidade masculina e conflitos geracionais, entre choro e cura.

“Um aspecto importante é que ‘MOMO’ é uma criação do norte do Brasil, de um teatro amazônico que não se encaixa no exótico. Cria-se a possibilidade de contato com uma obra que sai do enquadramento regionalista”, diz Alberto. “Estou com uma expectativa enorme de ver como a diversidade estética dos quatro coletivos será recebida em Campo Grande”.

Espetáculo MOMO – Um ato poético para testemunhas, do Grupo Usina, de Belém (Octavio Cardoso)

De Manaus, chega também o premiado “HUMA/”, de Francisco Rider e Ly Scantbelruy. A preparadora de elenco da Cia, Koia Refkalefsky compartilha nuances da obra e destaca a emoção de integrar o projeto.

“O nome do espetáculo vem de humanidade. A personagem enfrenta dilemas da existência, resistência e minorias. E, estar em um novo lugar nos enche de responsabilidade, especialmente após receber, de Campo Grande, o presente que é a montagem do ‘Guri-Árvore’”.

Assim, entre encontros e travessias, o projeto faz jus ao seu nome — Escambo —, tecendo laços, misturando vozes e expandindo o sentido de pertencimento em tempos de distâncias físicas e simbólicas.

Espetáculo HUMA, de Francisco Rider e Ly Scantbelruy, de Manaus (Robert Coelho)

Escambo

Rede Parente conta com financiamento da Funarte, ligado ao MinC- Ministério da Cultura, com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Setesc, Governo do Estado e Estação Cultural Teatro do Mundo.

Interessados em acompanhar o projeto ou obter informações sobre oficinas e mesas públicas devem acessar o Instagram @projetoescamboredeparente.

Com informações de Aline Lira e Lucas Arruda

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