Música

Há três anos nos despedimos da Dama do Rasqueado, Delinha

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Na madrugada de uma quinta-feira, 16 de junho de 2022, o Mato Grosso do Sul perdeu uma de suas maiores referências culturais: Delinha, a eterna Dama do Rasqueado, faleceu aos 85 anos em sua residência, em Campo Grande.

A artista vinha se recuperando de complicações respiratórias. Chegou a ser internada, apresentou melhora e teve alta hospitalar. No entanto, seu falecimento foi constatado durante a madrugada por sua cuidadora e pelo filho, João Paulo Pompeu — músico, produtor cultural e parceiro artístico da mãe nos últimos anos de sua trajetória.

Nascida em Maracaju (MS), Delinha foi precursora e ícone da música sul-mato-grossense. Ao lado de seu companheiro e também artista Délio, com quem formou dupla no fim da década de 1950, ficou conhecida como parte do “Casal de Onças de Mato Grosso”. A dupla marcou época com sua musicalidade vibrante e autêntica.

Confira essa história:

Em 1959, Délio e Delinha gravaram os rasqueados “Malvada” e “Cidades Irmãs”, ambos de autoria própria. Em seguida, vieram sucessos como “Prenda Querida”, “Querendo Você” e a guarânia “Meu Cigarro”. Ao longo dos anos 1960, exploraram ritmos como o rasqueado, a cana-verde, o maxixe e o arrasta-pé, com faixas marcantes como “Louvor a São João”, “Triste Verdade”, “Mundo de Ilusão”, “Esperança Perdida” e “Lembrando Mato Grosso”.

Após oito anos vivendo em São Paulo, a dupla se separou, mas voltou a se reunir em 1981 para gravar o disco independente O Sol e a Lua, com composição homônima de Delinha, criada em 1979. Juntos, lançaram mais de 20 discos, todos com composições próprias — formando a maior discografia artística do Estado.

Delinha não foi apenas uma cantora, mas uma força da cultura regional. Com mais de 50 anos dedicados à música, levou sua arte aos palcos até o fim da vida, encantando multidões nos bailes repletos de fãs e reafirmando sua importância para a música brasileira.

Há três anos nos despedimos de uma artista única, mas seu legado permanece vivo nas canções que atravessam gerações e nos corações que ainda dançam ao som do rasqueado.

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