Os dados preliminares do Censo Demográfico 2022, divulgados no mês de junho pelo IBGE ( Institituto Brasileiro de Geografia e Estatística), confirmam a tendência de transformação do perfil religioso em Mato Grosso do Sul. Apesar de os católicos ainda representarem a maioria da população, a religião perdeu espaço nos últimos 12 anos, enquanto evangélicos, adeptos de religiões afro-brasileiras e pessoas sem religião cresceram de forma expressiva.
De acordo com os dados, a proporção de católicos no estado caiu de 60,2% em 2010 para 51,6% em 2022. Em números absolutos, isso representa uma queda de mais de 20 mil pessoas. Enquanto isso, o número de evangélicos subiu 43,1%, saltando de 533 mil para 763 mil. Eles agora representam 32,5% da população, o que indica uma aproximação significativa em relação aos católicos.
Outro destaque foi o crescimento das religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, que aumentaram cerca de 355%, passando de 3.170 seguidores em 2010 para 14.410 em 2022. Já os sem religião passaram de 8,85% para 8,96% da população.
A jornalista Zilda Vieira da FM Educativa MS 104,7 conversou com Técnico do IBGE, Felipe Senna.
Aquidauana: evangélicos em maioria
No levantamento municipal, Aquidauana se destaca por ser o único município do estado em que os evangélicos são maioria (45,7%). Em Campo Grande, a capital, 45,5% da população se declara católica e 34,3% evangélica.
Ouça:
Perfil dos religiosos: idade, sexo e cor
Os dados do Censo também mostram diferenças marcantes entre os grupos religiosos quanto a idade, gênero, raça e escolaridade.
-
Católicos são, em média, mais velhos, enquanto os evangélicos concentram-se nas faixas etárias mais jovens.
-
Mulheres são maioria em quase todos os grupos religiosos, com exceção dos católicos e dos sem religião, onde há leve predominância de homens.
Ouça:
-
A população parda é maioria entre católicos, evangélicos e seguidores de religiões afro-brasileiras. Já os espíritas têm maior proporção de pessoas brancas, enquanto tradições indígenas são majoritariamente formadas por indígenas (91,6%).
Ouça:
Instrução e acesso à internet
Entre os grupos religiosos, os espíritas se destacam por ter os melhores índices de escolaridade: 47,4% têm ensino superior completo, e apenas 1% são analfabetos. Já os seguidores das tradições indígenas apresentam os menores índices de instrução (65,9% com ensino fundamental incompleto ou sem instrução) e o menor acesso à internet domiciliar (49,6%).
Ouça:
Transformação contínua
Os dados do IBGE refletem uma transformação lenta, porém contínua no panorama religioso sul-mato-grossense, marcada pela diversificação das crenças e mudanças no perfil demográfico dos seguidores. A publicação completa está disponível no portal do IBGE e em plataformas interativas como o SIDRA, Panorama do Censo e PGI.
Deixe um comentário